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Viveo arruma a casa

Viveo arruma a casa

Com faturamento de R$ 2,8 bilhões no primeiro trimestre, grupo que atua na área médica foca esforços em integrar aquisições recentes para se tornar uma one stop shop da saúde

 

 

Nos últimos seis anos, a Viveo, uma das líderes do setor de distribuição de produtos hospitalares, mudou quase tudo. Inclusive o nome. Antes chamada de Mafra, foi rebatizada, fez abertura de capital na B3, promoveu 19 aquisições nos últimos 24 meses e multiplicou seu quadro de funcionários de 800 para 7 mil desde 2017. Tudo isso, segundo o CEO Leonardo Byrro, foi mais do que necessário para acelerar o crescimento. “A gente quer ser o lugar de destino que as pessoas vão buscar tudo que elas precisam para operar um negócio no dia a dia”, disse o executivo, que hoje estima crescimento de 15% ao ano organicamente.

A atuação da empresa pode ser dividida em quatro grandes unidades de negócios. A Mafra, que herdou o nome original, é a maior e cuida da distribuição a hospitais e clínicas oncológicas. A Prevena é responsável pelo atendimento de laboratórios, com a disponibilização de materiais descartáveis, reagentes e vacinas, mercado no qual a Viveo tem 63% de participação nas vendas para a rede particular. A terceira unidade é a do varejo, com venda em farmácia de produtos descartáveis para o consumidor final de marcas como Cremer e Topz. Os produtos incluem gazes, algodão, esparadrapo, álcool em gel, sabonetes líquidos. Por fim, entra a unidade de serviços, com integração de sistema para a gestão do estoque e logística para hospitais; programas de suporte ao paciente, com a gestão do desconto da indústria farmacêutica; e, por fim, a manipulação de bolsas de remédios por infusão para os hospitais. O objetivo é conseguir integrar todas essas frentes e se posicionar como um solucionador de problemas. “Quero entender as dores e problemas dos clientes para usar todo o ecossistema da Viveo e propor uma solução”, disse Byrro.

 

Segundo o economista e especialista no setor farmacêutico, Pedro Bernardo, o crescimento da empresa se deu pelo conceito de economia de escopo, na qual, por lidar com grandes volumes e diversas marcas da indústria, a Viveo consegue negócios mais vantajosos, mais clientes e com isso, segue o ritmo ascendente. “A Viveo surfou nessa onda de crescer muito para distribuir coisas que ela consegue obter maior vantagem e desconto, pelo seu tamanho.”

 

 

ASSINATURA Com o crescimento, a empresa passou a ter uma frente de atendimento direto ao consumidor com a Far.me. A aquisição foi concluída em fevereiro deste ano, após investimento inicial ainda em 2020. A startup oferece assinatura de medicamentos para os consumidores e tem como foco aquelas pessoas com doenças crônicas que fazem uso contínuo de remédios. É como se a Viveo pegasse a experiência em logística e administração de estoque de hospitais e transportasse para uma única pessoa. Já são mais de 4 mil assinantes entre São Paulo e Belo Horizonte.
Na lógica de integração de seus serviços, a Far.me abre espaço para que a Viveo atue junto a outras empresas do universo de saúde. Isso porque, além de garantir a entrega de remédios, a iniciativa promete um sistema de apoio ao paciente para tirar dúvidas. Em conjunto com a disponibilidade, segundo Byrro, tem potencial para diminuir as chances de abandono de tratamento e consequente retorno aos hospitais e aumento da sinistralidade dos planos. “Queremos criar um modelo no qual a gente diminua o custo de saúde como um todo por meio de uma adesão maior ao tratamento”, disse.

O primeiro trimestre de 2023 foi o primeiro sem a avalanche de aquisições, e abriu o espaço de organização que o grupo precisava. Como resultado, a Viveo reportou faturamento de R$ 2,8 bilhões no período, 47,4% a mais que no ano passado. Para enfrentar as próximas etapas com sua saúde forte e integrada.

 

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